terça-feira, 12 de agosto de 2014

LP ou CD? Quem é o amor e quem é a paixão?

O amor. Ah o amor.

Se ele fosse fabricado certamente seria um disco de vinil. Cheio de poesia, ruídos e alma. A paixão? Ela seria um mero CD, que a gente troca de faixa com a mesma rapidez em que nos apaixonamos por outra pessoa. 
O amor acontece na riqueza de detalhes. E defeitos. Acontece aos poucos, como a cada virar de página dos encartes de um LP. Precisa-se de tempo para curtir aquela atmosfera boêmia. Precisa-se de olhos atentos para ver cada arranhão. E de ouvidos apurados para apreciar cada respiro de fôlego.

A paixão cresce como fogo e sufoca no pequeno espaço de 12 cm x 12cm. Ela tem artifícios que nos fazem acreditar que o que ouvimos é de fato o que nos queriam dizer. Tem produção, tem ajustes, tem filtro. E quando filtramos alguma coisa deixamos de lado tudo que não nos serve, tudo o que não é bom.

Amar é reconhecer que nada é perfeito. Nem a banda do nosso vinil favorito. Quem de nós, gurias, não amava o Polegar? Eu, particularmente, tinha uma queda pelo Rafael. Imagina... o tempo passou, ele virou um homem cheio de problemas, eu não casei com ele, mas meu vinil ainda existe.

Sempre preferi o amor à paixão. Ter um chão onde pisar me parece mais seguro do que pisar em nuvens. Claro, a gente não sai amando todo mundo por aí. O amor é raro. É seleto. É para poucos. A paixão é de todos e não pertence a ninguém.

Não sei, mas assim como aquela velha bolacha preta, o amor sempre veio para ficar.  

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